Demissão sem justa causa 2023: o que é e direitos

demissão sem justa causa
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Se você é um trabalhador e está preocupado com a possibilidade de ocorrer demissão sem justa causa, é importante entender o que isso significa e quais são seus direitos.

A demissão sem justa causa é quando o empregador dispensa o funcionário sem ter uma razão específica e justificável, como uma falta grave ou descumprimento de contrato.

Essa situação pode ser difícil e estressante para o trabalhador, mas é importante saber que existem leis e direitos que protegem os funcionários nessa situação.

Em 2023, as regras para a demissão sem justa causa devem permanecer as mesmas. Mas é sempre importante estar atualizado sobre as mudanças nas leis trabalhistas.

Neste artigo, vamos explorar mais a fundo o que é a demissão sem justa causa e quais são os direitos dos trabalhadores nessa situação.

O que é demissão sem justa causa?

Demissão sem justa causa é quando um empregado é desligado de sua empresa sem ter cometido nenhuma falta grave, sem motivo aparente ou por decisão unilateral do empregador.

Primeiramente, a demissão sem justa causa também é conhecida como dispensa injusta, dispensa imotivada, dispensa desmotivada e demissão imotivada.

É uma das formas mais comuns de término do contrato de trabalho e pode ocorrer por diversas razões, como reestruturações empresariais, redução de custos ou desempenho insuficiente do funcionário.

É importante destacar que a demissão sem justa causa não implica em culpa do empregado e nem é motivo para que ele seja penalizado.

No entanto, é fundamental que empregador e empregado sigam as regras previstas na legislação trabalhista. Tudo isso para garantir que a demissão seja feita de forma correta e que os direitos trabalhistas sejam respeitados.

Por fim, a demissão sem justa causa é diferente da demissão com justa causa, em que o empregador rescinde o contrato de trabalho do funcionário por algum motivo grave, como furto, abandono de emprego ou agressão física, por exemplo.

Principais motivos para uma demissão sem justa causa 2023

A demissão sem justa causa pode ocorrer por diversos motivos, desde questões financeiras até mudanças na estrutura organizacional da empresa.

Algumas das principais razões para a demissão sem justa causa incluem:

  1. Redução de custos: a empresa pode optar por demitir funcionários para reduzir custos e aumentar sua lucratividade.
  2. Mudanças na estrutura organizacional: quando a empresa passa por uma reestruturação, pode haver a necessidade de cortar alguns postos de trabalho para adaptar-se às novas demandas.
  3. Desempenho insatisfatório: se o funcionário não atende às expectativas da empresa ou não cumpre suas responsabilidades de forma adequada, ele pode ser demitido sem justa causa.
  4. Problemas de relacionamento: conflitos internos, falta de adaptação à cultura da empresa ou diferenças com os colegas podem levar à demissão.

Enfim, independentemente do motivo, é importante que a empresa cumpra com todos os direitos trabalhistas do empregado demitido.

Quando o empregado é demitido tem direito a quê?

Quando o empregado é demitido sem justa causa, ele tem direito a diversos direitos trabalhistas, tais como:

  1. Saldo de salário: pagamento dos dias trabalhados do mês da demissão;
  2. Aviso prévio: período de 30 dias em que o empregador deve informar a demissão ao empregado, ou pagar o equivalente em indenização;
  3. Férias proporcionais: pagamento das férias proporcionais aos meses trabalhados no ano da demissão;
  4. Décimo terceiro proporcional: pagamento do décimo terceiro salário proporcional aos meses trabalhados no ano da demissão;
  5. Multa do FGTS: o empregador é obrigado a depositar uma quantia equivalente a 8% do salário em uma conta do FGTS. Na demissão sem justa causa, o trabalhador tem direito a sacar esse valor acrescido de uma multa de 40% sobre o total depositado;
  6. Seguro-desemprego: é um benefício pago pelo governo aos trabalhadores que foram demitidos sem justa causa e que atendem a alguns requisitos, tais como tempo de trabalho mínimo.

Esses são alguns dos direitos que o empregado tem na demissão sem justa causa.

É importante lembrar que esses direitos estão previstos na legislação trabalhista e devem ser pagos pelo empregador.

Caso haja qualquer irregularidade, o trabalhador deve buscar seus direitos na Justiça do Trabalho.

Qual o valor da multa que o empregador paga ao demitir um funcionário?

O valor da multa paga pelo empregador ao demitir um funcionário sem justa causa é de 40% do saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) depositado durante a vigência do contrato de trabalho.

Essa multa é uma garantia do trabalhador e tem como objetivo compensar a perda do emprego e ajudar na transição para um novo trabalho.

Qual é o prazo para receber a rescisão sem justa causa?

Em caso de demissão sem justa causa, o empregador deve efetuar o pagamento das verbas rescisórias até 10 dias após a data da dispensa.

Vale lembrar que se o empregador não realizar o pagamento das verbas rescisórias dentro do prazo estabelecido, ele estará sujeito a multa, juros e correção monetária sobre os valores devidos.

Quando a pessoa é demitida tem que cumprir aviso prévio?

Sim, quando o empregador demite o funcionário sem justa causa, é necessário cumprir o aviso prévio.

O aviso prévio é uma comunicação prévia da rescisão contratual e tem como objetivo permitir que o empregado tenha tempo para se preparar para a sua saída da empresa e para que o empregador tenha tempo para substituí-lo.

O prazo do aviso prévio é de, no mínimo, 30 dias. Mas pode ser de até 90 dias, dependendo do tempo de serviço do empregado na empresa.

Caso o empregado não cumpra o aviso prévio, ele pode ter o valor correspondente descontado em sua rescisão contratual.

Vale lembrar que o empregador também pode optar por dispensar o empregado do cumprimento do aviso prévio e pagar uma indenização correspondente.

Nesse caso, o valor da indenização será equivalente ao salário que o empregado receberia durante o período do aviso prévio.

Qual o prazo para sacar o FGTS após ser demitido?

O prazo para sacar o FGTS após a demissão sem justa causa é de até 30 dias a partir do término do aviso prévio.

Se o empregado for dispensado sem cumprir o aviso prévio, esse prazo começa a contar a partir da data da dispensa.

Como funciona o processo de demissão sem justa causa?

O processo de demissão sem justa causa começa com a decisão do empregador de dispensar o funcionário.

Em seguida, o empregador deve emitir o aviso prévio, que pode ser trabalhado ou indenizado, dependendo do acordo entre as partes ou das regras da convenção coletiva.

Após o aviso prévio, o empregador deve elaborar a documentação da rescisão, que inclui a guia do seguro desemprego, o termo de rescisão do contrato de trabalho, a chave de conectividade para homologação do sindicato (se aplicável), além do recibo de quitação das verbas rescisórias.

Além disso, o empregado deve fazer o exame médico demissional. Esse exame tem como objetivo verificar a saúde do trabalhador e confirmar que ele não possui nenhuma doença ocupacional ou outra condição que comprometa sua estabilidade.

Dessa forma, a empresa pode garantir que o processo de demissão não abrirá espaço para possíveis ações trabalhistas.

Aliás, o empregado deve comparecer à empresa para receber a documentação da rescisão e assinar o recibo de quitação.

Em seguida, o empregador tem o prazo de até 10 dias para fazer o pagamento das verbas rescisórias, que incluem o saldo de salário, férias vencidas e proporcionais, 13º salário proporcional, multa do FGTS e outras verbas que possam ser devidas.

Por fim, caso o empregador não cumpra com as obrigações de pagamento das verbas rescisórias, o empregado pode acionar a Justiça do Trabalho para exigir os seus direitos.

Qual documentação a empresa deve me devolver após demissão?

Após a demissão sem justa causa, a empresa deve devolver alguns documentos importantes ao funcionário. Alguns desses documentos incluem:

  1. Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS): A empresa deve atualizar a CTPS com as informações sobre a demissão, como a data de saída e os valores das verbas rescisórias, e devolvê-la ao funcionário.
  2. Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho (TRCT): Esse documento deve ser preenchido pela empresa com todas as informações relativas à demissão, como o motivo, o prazo do aviso prévio, as verbas rescisórias, entre outras.
  3. Guia para saque do FGTS: A empresa deve fornecer ao funcionário uma guia para que ele possa sacar o FGTS junto à Caixa Econômica Federal.
  4. Seguro-desemprego: Caso o funcionário tenha direito ao seguro-desemprego, a empresa deve fornecer o Requerimento do Seguro-Desemprego.

Além disso, a empresa também deve fornecer ao funcionário os comprovantes de pagamento das verbas rescisórias, como o salário proporcional, o décimo terceiro salário proporcional, as férias vencidas e proporcionais, entre outras.

Como calcular as verbas rescisórias na demissão sem justa causa?

O cálculo das verbas rescisórias na demissão sem justa causa é feito levando em consideração diferentes elementos.

São eles: o tempo de serviço do funcionário, o salário, o aviso prévio, o FGTS e o seguro-desemprego.

Primeiramente, é necessário calcular o saldo de salário, que é a remuneração proporcional aos dias trabalhados no mês da rescisão.

Em seguida, deve-se calcular o valor das férias proporcionais e do décimo terceiro salário proporcional, que são calculados com base no tempo de serviço do empregado.

Além disso, é preciso calcular o valor do aviso prévio, que pode variar de acordo com o tempo de trabalho na empresa, conforme explicado anteriormente.

Ademais, também é necessário calcular o valor do FGTS com a multa de 40% sobre o saldo total depositado na conta do trabalhador.

E, por fim, é preciso verificar se o trabalhador tem direito a receber o seguro-desemprego e calcular o valor a que ele tem direito.

Conclusão

Em resumo, a demissão sem justa causa é um processo que pode acontecer a qualquer momento na vida profissional de um trabalhador. Embora possa ser um momento difícil, é importante conhecer seus direitos e as verbas rescisórias que deve receber.

Entre os direitos, estão o aviso prévio, o recebimento do saldo de salário e das férias proporcionais. Além do décimo terceiro salário proporcional e do saque do FGTS com a multa rescisória.

É essencial que a empresa cumpra com suas obrigações de forma correta. Caso contrário, o trabalhador tem o direito de buscar seus direitos na justiça.

Além disso, é fundamental que os trabalhadores estejam informados sobre seus direitos e deveres para que, em caso de demissão sem justa causa, possam se defender e receber o que é devido.

Acompanhar de perto as questões burocráticas e exigir seus direitos é uma forma de garantir que os empregadores cumpram com suas obrigações, bem como de manter uma relação de transparência e respeito.

Enfim, que bom que você chegou até o final! Você tem alguma dúvida sobre o tema? Escreva aqui nos comentários que nós te ajudaremos.

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Graduado em Direito e Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito Tributário, Direito Administrativo, Direito Constitucional e Direito Processual Civil.